quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nymphomaniac: sexo com dor


O novo de Lars em princípio este ano. Com um cast recheado de rostos conhecidos. Que depois do filme serão também corpos conhecidos. Será bastante explícito no fundo ao que o sexo leva quem não o controla.

É a história de Joe. Mas podia a ser de um qualquer John Doe. Levado pela necessidade do corpo até ao limite do desespero. Até ao limite do possível de aguentar. Até transformar a fonte de um prazer numa fonte de dor. A imagem reflecte isso mesmo. Todo o cenário construído para a primeira impressão ser a de uma sexualidade latente. Transbordante para quem a vê. Mas se o foco for em pormenores toda a sexualidade desaparece. E fica a decadência a que se reduz quando desaparece a sensualidade. O rosto deles está escondido pela pose de ambos. E o rosto dela não denota qualquer antecipação de excitamento. Antes um certo desconforto em estar no meio de dois homens que muito possivelmente não deseja. No final é uma cena desconcertante. Que deverá causar algum embaraço em que a ver.

Será um filme recheado dessas cenas. Foram feitas anúncios de que o filme não terá cenas camufladas. O que ficará em película será o que acontecer de facto. Mentes mais conservadores poderão levantar-se indignadas. Mas se um livro bastante descritivo as imagens são criadas por quem as lê, aqui são imagens que alguém cria para quem as vier a ver. Não existe grande diferença. O impacto e a natureza básica estão em ambos os casos.

O sexo tem-se tornado um tema a ser retratado em filme como ele é: cru. Dois corpos, um objectivo: o saciar de um corpo noutro. As suas motivações para trás são complexas. Foi isso que vimos em Shame. E possivelmente veremos em Nymphomaniac. 

5 comentários:

S* disse...

Aposto que vai ser grandioso.

E disse...

Inquietante, no mínimo

R. del Piño disse...

Ultrapassará o inquietante Shame de Steve McQueen? Foi o filme mais cru e duro que vi. Daqueles em que saímos da sala de cinema e vamos com os amigos para um qualquer balcão de tasca discutir os nossos limites.

Pulha Garcia disse...

Não curto o Lars. Pseudo intelectual banal.

Anónimo disse...

ahahahhahah! Olá Pulha! não sejas assim, pseudo intelectuais somos todos, meu velho. O Lars pode (às vezes) deixar-se cair em alguns lugares-comuns, mas é magnifico. ultrapassa limites.