quarta-feira, 10 de julho de 2013

A minha interpretação do Don Draper de Verão

Preparo-me para sair no fato de dois botões azul. Camisa branca sem gravata. Coloco o chapéu de palha com a fita da mesma cor do fato. Os sapatos são cor de tijolo. Mas não se vê. Abro a porta e como os anos são outros coloco os auscultadores. Oiço Morrisey. 

Já em plena baixa entro no café. Cumprimentam-me com o conhecimento de dias e dias. Envio a primeira sms do dia enquanto espero pelo café. Lá fora, pela montra, vejo um inglês a correr. Deixou o seu hotel, o seu hostel, o seu apartamento, para ver o início do dia em Lisboa. Vai ficar maravilhado com a sua Luz. Vai a correr na direcção do rio. Tenho-lhe alguma inveja. Chega o meu café. Obrigado, digo. Uma chávena de café preto. Sem açúcar. Conhecem-me os hábitos. São quatro os sorrisos. Dois meus, um à chegada e outro quando me vou embora. Dois deles, um à chegada e outro quando me vou embora.  

As lojas ainda não estão abertas. Algumas pessoas por detrás das vitrinas preparam abertura. Conheço-lhes o rosto. Desconheço o nome. Um dia contei os passos do café ao edifício onde subo até lá acima. mas esqueci-me quantos eram. Lá em cima vejo o Castelo. Vejo o rio. Tudo de uma janela ao lado da minha secretária. Bom dia, digo na recepção. Bom dia, dizem-me sempre com voz simpática. 

Pouso o livro que trago na mesa ao lado da secretária. Os wayfarer pretos. Penduro o casaco no cabide castanho claro e enrolo as mangas. Ligo o computador enquanto vou buscar um outro café. Este de máquina. Fraquinho. Vai começar.

4 comentários:

Ana A. disse...

Lucky Sue!
;)

E disse...

Ela é que pode ajuízar ;)

Ana A. disse...

Eu acho que ela concorda!
É engraçado, sabes... Leio os 2 e demorei eternidades a perceber que eram um casal. Só cheguei pela viagem a Itália e um dia que entrei no blog dele e vi a referência do teu.
:)

E disse...

Talvez, espero que sim ;)

Não fazemos publicidade directa ;) coisas simples e discretas.