quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Destino, não me falhes agora. Ou como a realidade é escolhida por nós, o estranho mundo da blogesfera



Foi ontem. Recebi um mail que gostei. Mas tinha uma pergunta no final que até agora me deixou a pensar. Mesmo que continue sem resposta. Quem quer que fosse perdeu tempo a escrever-me. O que agradeço. Agradeço ainda mais porque diz que gosta como escrevo. No fundo, é a isso que se resume. As fotos não são minhas, resta o que escrevo. Tudo o que aqui está sai da minha imaginação. Que por vezes é demais por delirante. Mas é a minha. Mas então, gosta do que escrevo. E eu agradeci. No final, não consegue compreender como há pouca gente que conhece o blog. Ora, é uma realidade, de facto. Uma que não controlo. Mas, há uma parte de mim que gosta disso assim. Um pessoa aparece por aqui num dia. No outro uma outra pessoa. E assim devagarinho. Vem quem gosta, fica quem quer. E eu gosto disso. Conheço, tanto quanto me é possível conhecer, todos que aqui passam. Ou no Facebook. Se o blog sou eu? Não. Se o que escrevo sou eu a 100%, não! Um alter-ego? Uma personagem? Talvez. Criada a partir da minha realidade. Criada a partir do que vejo, sinto, gosto e imagino, Tout court! E assim deve haver os que vêm e vão-se embora. Não levo a mal. Continuo a escrever. Alguns post são pedidos, sobre alguns temas, e encaro isso como um desafio. Porque é isso que gosto: escrever. Tenho algumas regras para isto: escrevo como gosto, escolho as imagens que gosto, não falo mal de nenhum outro blog. São só estas. Tudo o resto vai e vem. No outro dia li no facebook um artigo com as perguntas o que é um blog? o que se pretende com um blog? Deve ter publicidade? Quem está por detrás do blog deve dar a cara? É fatelo ganhar dinheiro com isto? Cada pessoa tem a sua ideia e a sua opinião. Se cada cabeça pode levar um chapéu em cima, de lá também pode sair uma opinião. A quem as ouve, ou concorda ou discorda. Simples. Mais é escrever um tratado filosófico. E eu acho que cada uma daquelas perguntas cabe a resposta ao autor. Se isso faz um blog ser bom? Se isso faz, em inversa proporcionalidade, isto aqui ser pouco conhecido? Cabe a quem lê saber. Desde há uns tempos recebo mails com apresentações de colecções, aberturas de lojas, cocktails e outras coisas que não sei o nome. Mesmo que isto tenha a visibilidade que tenha. As primeiras vezes ignorei. Pensei que era spam. Depois reparei que os mails, enviados para vários, eram personalizados. E enviei mail de resposta a perguntar o que pretendiam de mim. Quem respondeu foi simpático. Disse que era mail de apresentações a convidar-me para ir e, se quisesse, escrever. Dava-me material de impressa e, em alguns casos, havia pequenas lembranças. Agradeci e nunca fui a nenhum. Mas os mails com os convites continuaram. Se eu não fui há quem vá. E eu não condeno. Ninguém é ninguém para condenar ninguém. Mas há sempre quem critique quem vai. Há sempre quem critique quem ganha dinheiro com o blog. Há sempre quem critique que escreva e não faça referência a que está a ser pago. E eu não percebo estes celeumas. Se este texto fosse escrito porque me tivessem pago, não deixava de ser meu. Ora, ter um blog, e ser pago para escrever, não é um conquista? Uma grande amiga minha é stylist numa revista. E alguns editoriais não são com roupas que seriam as suas principais escolhas. Talvez tenha de colocar uma legenda a dizer que foi paga para aquilo. Um outro amigo meu é designer. Quando faz websites lá terá de fazer uma legenda que não é o site que queria, mas aqueles que os clientes querem. E ambos fazem exactamente aquilo que gostam.

Porque é que isto então é pouco conhecido? Claramente não é pela publicidade ou a sua ausência. Não tenho banners da American Apparel porque não gosto da marca. E era algo um bocado definitivo, ter ali um quadradinho com os tipos a anunciarem camisolas de decote em V que eu não gosto. O mesmo para a Asos. Com a única diferença que comprei lá uma mala para o ginásio. Mas estas são as minhas razões. E para estas tenho resposta. Porque é que as pessoas não ficam aqui mais? Porque não lêm? Isso não sei. Ela diz-me que escrevo para mim e porque sou gajo. E é ela apenas que me interessa. Sagan, no filme sobre a sua vida, diz que se escreve apenas para uma ou duas pessoas que queremos impressionar. E eu acho que ela tinha razão. Tal como Fitzgerald escreveu “Belos e Malditos” para conquistar Zelda. E não é que o sacana conseguiu?

3 comentários:

paris2london disse...

Eu, leitora recente, gosto do que leio, principalmente porque não faz referência a outros blogs, nem aos eventos onde vai toda a gente. No entanto, e por te conseguires distanciar e distinguir da multidão, era curioso saber como é que tu escrevias esses eventos sem te confundires com a multidão.

E disse...

Escreveria sempre de uma forma diferente. isso seria garante. E, talvez de uma perspectiva diferente.

Mam'Zelle Moustache disse...

:)