domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tel Aviv




Há uns anos vi uma reportagem sobre Tel Aviv. Uma cidade que lutava. Onde os jovens eram jovens no meio de prédios que se desfaziam. Com malhas soltas onde tinha havido janelas. No exterior era a destruição, mas dentro daqueles jovens era a criação. Onde uma cidade se erguia para o mundo. Onde fora das suas fronteiras estava o modelo. O que me impressionou mais foi a adaptação e o não ligar a ruas com crateras. Foi a não subjugação ao medo. Como se o pesadelo da vida ao acordar só podia ser combatido com a esperança do sonho quando se saia à rua. Era percorrer aquelas avenidas a ouvir LCD com All My Friends. Há uma rapariga no meio da entrevista que tinha ficado perdida nos anos noventa. naqueles anos em que o Tecno dominadava. Estava vestida cheia de neons - a bem ver, podia ser do ano passado - com meias fluorescentes no antebraços e estava ser entrevistada à noite num meio de uma rua sem iluminação praticamente. À pergunta para onde ia disse que se ia divertir. Onde? Voltaram a perguntar-lhe. Ali a um club (discoteca? não me recordo da palavra que utilizou). Foram com ela. Atrás dela. Numa mistura de reality shoes que estavam para vir. E quando entram havia luzes a correr o espaço. Mil sons misturados em forma de música enrolada em batidas. Corpos suados abanarem-se uns com os outros, uns contra os outros. Braços no ar. Ali, naquele espaço, eram todos livres. E, por vezes penso: o que vamos nós levar senão uns bons momentos passados? Mesmo que vivemos em cidade que foram um dia como Tel Aviv.




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