quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Velho dilema, a maldição de ser "Comercial"


A regra é fazer, produzir e chegar o mais longe. O mais longe significa mais público, significa sucesso, significa vendas, significa triunfar. A lógica da contracultura é esse alcance, esse sucesso, não ficar registado necessariamente em vendas. Paradoxo estranho, querer reconhecimento, querer ser conhecido, mas não ter os privilégios materiais do sucesso. Mas era isso que a Supreme queria.  Da loja pequena em plena Downtown Manhattan criou um nicho. Criou uma ideia de cool. E ser cool não se compra.

O que falhou para Supreme? Se estamos o ponto de chegar a utilizar a palavra falhar. Quem usava Supreme eram os skaters. Harcores Kids com uma tábua nos pés. Que rolavam pelas ruas da maior cidade do mundo. Eram os cool Kids. Nos anos em que as jeans eram a sério e não coladas às pernas. Depois veio Glenn  O`Brien e Nick Wooster. E Supreme começou a reinar. Perdeu a oportunidade de escolher quem a utilizava.

E essa escolha. A escolha que as marcas podem ou não fazer é compreensível. Eu faço, vendo, mas não a ti. Antes aquele que é mais fixe, que é mais cool. Eu faço, vendo mas não àquela miúda, mas àquela que é mais gira. Perder essa escolha é perder por vezes a capacidade de direcção da própria idea. Do próprio ADN que se criou. Que se fez nascer.

A Supreme já não tem essa escolha. De autocolantes vermelhos com letras brancas para tábuas de skate até a uma t-shirt vestida por Kate Moss. Ao menos ficou em casa. She is an underdog!

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