quarta-feira, 13 de março de 2013

Eu tenho Mykonos




Sou atraído para a ilha como K em Sputnik Meu Amor. Ou Como Yves para Marraquexe. Um é fruto da ficção e do sonho. O outro é real e o criador de sonhos. Aqui estamos longe de tudo. Tudo é branco e as águas são quentes.  Faz três anos em que aterrei num aeroporto pequenino. Onde cabras e ovelhas se passeavam nas pistas. Percorri ruas apertadas. Lambretas indiferentes ao limite de velocidade. Velhos de barba contemplavam quem chegava. Na varanda onde fiquei quis ficar. Adeus cidades, vou mudar-me, mudei de ideias.

Não sei se Murakami alguma vez visitou as ilhas gregas quando escreveu sobre elas. Onde Sumire se perdeu. Sei que Yves tinha em Marraquexe o sítio onde ia buscar inspiração. E em ambos os casos faz sentido. Talvez os meus ténis não tenham lugar em Mykonos. Sim sandálias e alpercatas. Teria uma longa barba como os velhos da illha. De todas as minha viagens era ali que gostava de escrever. Talvez porque tenha sido o lugar que mais me surpreendeu. Onde quis ficar mas que não tenha nada a ver comigo. Digo-lhe que gostava de viver em Mykonos e ela não me leva a sério. Diz que me iria fartar. Não tenho as estradas para a bicicleta. E não tenho nada que me faça ser eu. Mas eu acho que é isso mesmo.

1 comentário:

Pulha Garcia disse...

Conheço bem o livro e já estive na Ilha em causa. São escolhas seguras.