quarta-feira, 20 de março de 2013

Fininha melancolia




A primeira vez que ouvi a expressão foi numa das crónicas de Lobo Antunes. Levava-a no Iphone quando estava a correr quando ele, com a sua própria voz diz: fininha melancolia. Não me recordo da crónica em si. Mas a expressão ficou. De tempos a tempos vem-me à memória, fininha melancolia. É uma expressão doce. Também triste.

No outro dia quando vi pela primeira vez Paperman lembrei-me dela novamente. O pequeno filme de animação só tem cerca de 6 minutos. Já o vi mil vezes depois. E a expressão acompanha-me sempre que o vejo. E o filme é um dos mais bonitos dos últimos tempos.

O amor a preto e branco. Em Manhattan a meio do século passado. E começa com a fininha melancolia quando ele está à espera do comboio.

A melancolia começou por ser entendida como uma doença. Séculos depois Freud diz que é um luto.  Um fininho luto. Duas palavras juntas que não fazem muito sentido como fininha melancolia.

Lobo Antunes descreveu-a. Paperman faz-me lembra-la pela cena inicial. Cohen canta-a. Albrecht pintou-a. Essa magana, a fininha melancolia.

2 comentários:

Anónimo disse...

adorei :) obrigada pelo texto.

E disse...

Obrigado eu.