segunda-feira, 4 de março de 2013

O fascínio do sul

Oiço Serge no iPhone quando vou para casa. A prancha está encostada à espera de umas ondas mais quentes. Como na Califórnia. Onde se pode andar de alpercatas e sentirmos que se é boémio e chic. Ou uma das duas. Vou embrulhado no casaco com o cachecol abraçado ao pescoço. Os wayfarer à frente dos olhos. Desejar que chegue a casa rápido. O sol vai perdendo luz devagarinho. Passo por Saldanha e existem clones de pessoas dentro de fatos. Como eu sou um clone. Mas não às sexta. Essa invenção norte-americana que só veio complicar ainda mais. Falta-nos a nós o despretensiosísmo parisisense. Serge com Birkin cantam-me ao ouvido La Décadanse. Ainda que sejam carracundos por natureza, os parisiences, quero dizer. Como Serge. Também somos, à nossa maneira. Peço um café no Monumental. Finjo que leio mas vejo as pessoas à volta. Mais clones. Mesmo sem fato. Um doutor não usa calções na cidade. Um advogado não usa tatuagens. Menos na california. Onde as regras não se aplicam.  

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