sábado, 18 de maio de 2013

"Quero também dizer que quando as pessoas dão crianças a homossexuais (...)"

A frase não é minha. A frase vem daqui

Portugal é, desde a semana passada, um pouco mais igual. Hoje, li o texto em cima e achei de uma violência tremenda. "Dar crianças a homossexuais". Não é esta a questão. Este é um ponto de vista inquinado. Como se os homossexuais fossem animais a quem se dá uma coisa. E como se as crianças fossem objectos que se dão. 

 A natureza, por variadas razões, não permite que todos sejam pais. Existem incontáveis crianças pelo mundo que foram abandonadas, cujos pais faleceram e ficaram sozinhas. Existem pessoas que querem, têm gosto, têm possibilidades de dar uma boa vida a uma dessas crianças. E o argumento para negar essa sorte a dois humanos - adulto e criança - é pelo que o adulto faz entre quatro paredes? 

Que as crianças adoptadas depois vão ser seduzidas pelos adultos é de uma visão malévola. E ligar directamente essa possibilidade somente a pessoas homossexuais é uma limitação. Claramente não vê telejornais. 

Ando de volto do texto há mais de meia hora para o continuar. Mas não consigo. Porque achei o texto de uma violência que não consigo entender. Entendo que o texto está recheado de descriminação que acho injustificável. Ninguém é obrigado a gostar de toda a gente. mas negar a felicidade a um conjunto de pessoas - e no caso, consequentemente, a muitas crianças - com base simplesmente no que se faz quando se fecha a porta do quarto é doentio. 

Andamos todos ao mesmo. A tentar ser felizes. Porque vamos ser obstáculo no caminho dos outros?

7 comentários:

Anónimo disse...

não leves a mal as palavras que te vou deixar aqui, mas o texto de onde retiraste a frase é tão básico e tão ignorante, que citá-lo aqui é como "atirar pérolas a porcos".

E disse...

Gostei da parte atirar pérolas a porcos.

Mas agora a sério. o texto é muito mau. Demasiado violento sem uma única palavra "feia", mas cheio de ideias horríveis. Não consegui ficar indiferente. Porque ali não estão ideias contrárias - até podia admitir - na minha interpretação está uma violência, ódio e descriminação camuflada. E isso é muito triste.
Nós, povo, país, precisamos de mudar. Em muitas pequeninas coisas. Esforçamo-nos, +/-, para fazer grandes mudanças, obras extraordinárias, e esqueçamos as pequenas. muitas pequenas são sempre melhores que uma grande. temos de ser mais para os outros. sorrir mais. Estender a mão. não odiar. perceber que no outro lado existem pessoas que também sentem.

Anónimo disse...

acredites ou não, tinha escrito um comentário longuíssimo, que tocava de perto o que tu escreveste, mas depois de olhar uma segunda vez para a fonte da citação, apaguei. é que não vale mesmo a pena. é... nada. não vale o esforço.

E disse...

é verdade. Não vale mesmo. eu tive imenso tempo para escrever algo decente. porque tudo me parecia estúpido em resposta a isto. mas as pessoas, infelizmente, são assim.

Lia disse...

Não sei leste o dito texto na totalidade e, se por alguma curiosidade, passaste os olhos nos comentários que foram aparecendo por lá... Eu fiz isso. E garanto: foi o equivalente a levar um valente soco por cada palavra lida.

A senhora é de uma ignorância extrema, de uma argumentação nula e de uma educação completamente inexistente. Diz-se jornalista, mas não a vejo argumentar opiniões sem partir para o insulto fácil, nem sem se repetir.

Se lá deixares um comentário (como eu deixei) é provável que ela não goste e o modere (como fez com o meu - e nme mal educada fui ao contrario de muitos que por lá vi). Se concordares com ela, agradece-te e manda-te beijinhos. Se discordares sem argumentar, ela ataca-te e repete o argumento estúpido pela milésima vez. Se discordares argumentando, és ignorado e, vá-se lá saber como, nem à m*rda te manda.

(acho que já me estiquei no comentário. Mais do que aquele calhau com olhos merecia :$)

E disse...

Podes escrever aqui o que quiseres e o quanto quiseres, não tenho moderação de comentários.

Eu acho que as pessoas podem ter opiniões diferentes. E ninguém é obrigada a gostar de toda a gente. E qualquer coisa pode servir para não gostarmos de alguém. Mas temos de aceitar se mal à sociedade não vier. O que as pessoas escolhem fazerm entre quatro paredes, com o consentimento de todos os envolvidos é lá com eles. E isso não os deve definir ninguém como pessoa. Com direitos e deveres. E isso não pode ser impedimento de uma criança ser feliz.

Um homem, ou mulher, com um emprego estável (seja lá o que isso for hoje em dia), com capacidade económica, com o gosto e vontade de adoptar uma criança, e todos os testes que fazem a esse homem, ou mulher, mostrem que é lúcido e competente, não vai adoptar porque ama quem a natureza não pensou possível? Acho extremamente curto de vistas.

Lia disse...

Concordo. Com tudo!