Tinha acabado de aterrar na Portela ainda cheio de Milão. Daa suas gentes. Das suas formas de vestir. Da forma de abraçarem aquele género de ser tão italiano. O que via no filmes. O que lia nos livros. Esperava a mala quando liguei o telemóvel. Mais para registar algumas ideias para um post que para outra coisa. Uma mensagem. Duas mensagens. Três mensagens. Uma de Inês Menezes, a voz da rádio. Estranhei. "Quer remobilar a sua sala? Acha que só os nórdicos têm bom mobiliário?". a cabeça encheu-se com a imagem do IKEA. Já no táxi de regresso a casa ligo. Olá, estava a ver que não dizia nada, diz-me do outro lado. Desculpe, respondo, estava no voo, porque me pergunta se quero remobilar a minha sala? Que mal é que ela tem? E começa a falar de um projecto que é uma espécie de 2 em 1, um estúdio e uma loja. Os fundadores levados pelo defeito de (de)formação olharam para o mobiliário português do séc. XX e acharam que era de qualidade superior. Qualidade e design. Que nestas coisas as duas andam muitas vezes juntas. Mais do que se julga. E como se chama esse projecto?, pergunto. YOYO Objects, diz ela. Sabe, insiste, foram eles, os fundadores, a outra parte do projecto, os responsáveis pelo Pavilhão de Portugal na feira do Livro de Bogotá. Golpe fraco, digo, conquistou de imediato a minha atenção. Óptimo, vou-lhe enviar o vídeo.
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