sábado, 22 de junho de 2013

Cidade Aberta


E PORTANTO, QUANDO COMECEI OS MEUS PASSEIOS à noite no outono passado, achei que Morningside Heights era um bom sítio para partir à descoberta da cidade. O caminho que vai da Catedral de St. John the Divine até ao Central Park, atravessando Morningside Park, demora apenas quinze minutos. Na direção oposta, para ocidente, leva-se cerca de dez minutos a chegar a Sakura Park e caminhando mais para norte chega-se a Harlem, ao longo do Hudson, embora o tráfego torne inaudível o rio por trás das ár vores. Estes passeios, um contraponto aos dias atarefados que passava no hospital, foram aumentando gradualmente, sempre um pouco mais longe de cada vez, de tal forma que, já noite cerrada, dava por mim muitas vezes a uma distância considerável de casa e tinha de regressar de metro. E foi assim que, no início do meu último ano como bolseiro de psiquiatria, Nova Iorque se foi entranhando na minha vida ao ritmo dos meus passos. 


O bonito livro de  Teju Cole. James Wood, da The New Yorker, desfez-se em elogios. Um parágrafo, o primeiro, e percebe-se.

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