O tempo não me controla

Trouxeram-me de NYC a Nike Fuel Band. Basicamente é um aparelho que controla toda a nossa actividade física e tem uma app para o iPhone. Difere dos outros aparelhos porque controla a actividade toda e não apenas o que se corre, anda ou pedala. E também diz as horas.

Gosto de relógios. Gosto como peças, aparelhos. Mas raramente os utilizo. Tenho, depois de os cobiçar. Uso e depois voltam para as caixas. Isso foi até ter o relógio prateado que foi do meu avô, depois do meu pai e agora é meu. Já está gasto. Notam-se as marcas do uso. Mas não o guardo e todos os dias vem para o pulso.

E agora cada pulso mede o tempo. O meu tempo. E o tempo é uma merda. Gosto de pensar que ele não me controla. Mas é mentira. O tempo é a única coisa impossível de recuperar. Amores desfeitos, por vezes, têm segundas hipóteses. O tempo não. Depois de gasto acabou. Mas vivemos obcecados em controla-lo. E marcamos objectivos com base no tempo. Amanhã. Para a semana. Para o próximo mês. No ano que vem. E quando lá chegarmos?

Mas eu continuo a controlar o meu tempo e a minha actividade física.