terça-feira, 30 de julho de 2013

Diário de um dia normal







Pedalo pelo centro da cidade. As lapelas do casaco do fato dançam. A Messenger Bag bem presa nas costas. Zizagueio por carros parados nos semáforos. Tenho atenção aos carris - pior que alguns condutores são estes pedaços de metal increstados no alcatrão. Existe uma espécie de mito de que ninguém é ciclista urbano até cair por causa de uns. Sim, já cai. Duas vezes. Cruzo-me com outros ciclista. Alguns de nós cumprimentamo-nos. São tipos de fato. Estafetas. Pessoas de Fixies. Hipsters. Senhoras com as suas pastelerias muito direitas e elegantes. Paro no Chiado para café. Deixo a minha single Speed no poste. Sento-me para um pequeno e rápido café. Vejo as primeiras notícias no iPhone. Uma ou outra fotografia para o instagram. Maldito hábito. Vicío?
 
A meio da manhã existe sempre um momento de pânico. O momento que que as coisas começam a acontecer e não há quem controle. O monstro acorda. Mantenho sempre a calma. Ou penso que mantenho. Pelo meio há alguns e-mails. Telefonemas. SMS. Eu sei lá que mais. Trabalho com os Phones. Intercalo com música curada por mim mesmo. Com a Radar. Ou com os Podcasts/emissão online da Monocle 24. Almoço pelo Chiado. Por vezes subo à Avenida. Ou no Bairro em tascas metidas em ruas pequeninas. A comida é muito boa. Existe sítios que têm varandas para o rio.
 
O dia termina. Com mais uma viagem de bicicleta. Um café. Um sumo. Uma água com gás com ela no outro lado da mesa. Como foi o teu dia? Normal, e o teu? E trocam-se histórias. Histórias que só interessam a quem conta e quem ouve. Porque são minusculas. Sem nada de importância senão pelo agente denominador, eu ou ela. Com o sol a por-se existe uma corrida pelos jardins. Ou um Workout of the day. A noite já está presente. Um jantar. Sempre com groselha a acompanhar. Ou água simples. Mais umas largas páginas de um livro. Mais umas largas páginas de um conto.  

4 comentários:

CAP CRÉUS disse...

A malta das binas ainda se fala muito pouco.
Ok, entendo que em Amesterdão ou Bruxelas a malta não se fale de todos, mas quem como eu pedala todos os dias, começo a encotrar os suspeitos do costume. Afinal ainda somos poucos, não é?

E disse...

é verdade. há uns tipos que com quem me cruzo e falamo-nos. mas eu, como, infelizmente, não utilizo todos os dias, vou conhecendo à vez. Sabes que pedalar de fato tem sempre pequenos senões.

CAP CRÉUS disse...

Pedalar de fato dever ter grandes senões com o nosso clima.
Felizmente posso vir de calças de ganga e polo :-)

E disse...

É so escolher os dias. Chato nao poder ir de bike todos os dias, mas podia ser pior ;)