segunda-feira, 29 de julho de 2013

Volto ao Eterno Retorno

Quem leu pergunta-me: e agora? existe uma parte dois? O que aconteceu ao Duarte?
 
E a história do Duarte está aqui
 
Mas não existe mais nada que o fim. O que ao escrever isto pode indicar algum spoilar. Até pode ser. Mas eu acho que não. Quando cheguei ao final, aquele pareceu-me o final apropriado. Como se tudo fizesse sentido. Ainda que haja espaço para mais. Sim, há sempre espaço para mais. Mas para mim morreu ali. Porque não gosto de closers muito certos. Não gosto de lições de moral. E, espero, quem lê pode dar o final que quiser. Está tudo em aberto.
 
A história do Duarte é a minha primeira novela. Levou um ano a ser composta. Começou como uma história enorme. Pelo menos na minha cabeça. Depois encurtou para conto. E julguei que fosse o fim. Depois, meses mais tarde li e quis continuar. E tornou-se uma novela. Porque terminou ali naquele exacto momento.
 
Hoje, voltaram a perguntar-me, e a Part II. Ora, ela não existe. Existirá o Duarte. Porque é o nome que gosto para as minhas personagens. Mas quem é este Duarte?
 
O Duarte foi um colega meu da faculdade. Não fomos grandes amigos. Ele seguiu o caminho dele e eu o meu. Ele tornou-se um advogado corpoorativo. Não sei bem porque o escolhi, ou o seu nome, para personagem. O Duarte acreditava que tudo era possível. Era um optimista perverso. Perverso porque acreditava sempre numa saida. Custasse o que custasse. Era estranho. Não era muito confiante. Era uma confiança num final feliz. Uma vez, num dos exames levava cábulas demasiado óbvias. No bar antes do exames gozamos com ele. Um gozo que era preocupação. Afinal, ele era um de nós. E ficávamos todos juntos. Poderiamos todos ter o exame anulado. Mas ele simplesmente riu-se e que ia tudo correr bem. E é verdade. Uma das folhas caiu no chão. Foi o professor que estava a vigiar que apanhou do chão. Duarte agradeceu. Obrigado, é a minha folha de rascunho. Porra o gajo tinha sorte. Pois este Duarte, o real, inspirou o Duarte, o irreal. Este último é mais pessimista. Talvez não seja pessimista. Mas é indiscutivelmente mais introspectivo que o real.
 
E serve isto para dizer que a história do Duarte irreal vai continuar. Como personagem numa outra história. Não sei ainda os contornos. Não sei se será conto ou novela. Não posso ainda ambicionar mais. Ou talvez seja apenas posts.    

3 comentários:

Lia disse...

vou cá estar para ler!

E disse...

Foste a primeira pessoa a perguntar-me pelo "Duarte". Mas vamos ver. Tenciono hoje começar com a nova história.

Lia disse...

O Duarte deixou-me curiosa :) fico à espera da nova história *