Quando era puto, mesmo puto, sabíamos da existência da “Garganta Funda”. Ninguém tinha visto. Todos diziam, no entanto, que sim. O mesmo se passaria anos mais tarde com o sexo propriamente dito. Todos diziam que tinham experiência. E todos mentiam, mais uma vez. A vida é recheada disto. De pequenas mentiras. O mundo dos tipos também sabe ser complexo.
Quando vi o Boogie Nights, com a adorável Julianne Moore, era uma altura em que o Porno era chic. Ou procurava ser. Era o início de algum cuidado nas produções. Havia uma certa glamorização da industria. Uma industria que no final é filmar pessoas a terem sexo. Era a altura dos “Porn moustaches” – ironicamente adoptados pelos new have hipsters. Uma história que fica por contar - E era a altura do “Garganta Funda”.
Agora é um novo filme sobre aquela altura. Mas enquanto Boogie Nights a perspectiva era masculina, este é feminina. Porventura sobre a mais falada actriz Porno. Representada por Amanda Seyfried. Que já actuou com Julianne noutro filme. Nisto, como tudo, anda tudo ligado. Afinal, andamos todos ao mesmo. Com Amanda, o filme tem Sarah Jessica Parker. Tem Sharon Stone, que não é nova nesta questão de erotismo filmado. E tem também Chris Noth, o Big de Sexo e a Cidade. Ele e Sarah juntos de novo. Numa visão mais kinky que aquela que retratava a série que os popularizou. Mais uma vez andamos todos ao mesmo. Às cambalhotas no quarto. Na sala. No carro. Nas dumas. Nas piscinas. Enfim, a diferença é que em alguns casos há quem filme essas cambalhotas.
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