quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Escrever Como Rothko Pinta

Há uns meses, eu e Ela, em frente de alguns quadros. Lembro-me disto nestes dias em que acho que desisti. Desistir é apenas a força que antecede em recomeçar, dissera,-me em algum lado. Subscrevo agora. Na esperança cega, surda e muda que seja verdade.
 
Mas estávamos nós os dois em frente de alguns quadros de Rothko. É normal e usual trocarmos saídas à noite nas nossas viagens por manhãs bem cedo nos museus. Estão poucas pessoas. E é tudo melhor. E é também normal dizermos o que gostamos um ao outro sobre determinado quadro. Alimentamo-nos das opiniões um do outro. O meu pragmatismo das leis. O seu esplendor da criatividade da publicidade. Ela continua a ficar sempre admirada com as minhas escolhas. Do classicismo do Renascimento até Rothko. Porquê?
 
Porque há sonho. Há emoção. Há força. Há tesão. Não são apenas histórias em cor, em tela, em quadros para exposição e serem consumidas por peritos nas páginas do New York Times. Que emoçãos sentes tu, pergunta ela. E eu digo sempre que a que estou a sentir naquele dia. São como ampliações do meu eu interior que eu não sabia até ver.
 
E eu gostava de escrever como ela faz a sua arte. Eu gostava na realidade de escrever como muita gente faz a sua cena, para ser mais actual. Mas hoje, escolho Rothko. Porque me lembro dessa manhã com ela numa sala cheia de quadros em que estávamos sozinhos.

3 comentários:

Xuxi disse...

eu gostava de escrever como vivo, mas ando sem tempo, por isso tiro fotografias....
o livro, vou comeca-lo em breve

E disse...

escrever como se vive é muito bukowski ;9

E engraçado copmentares, quando escreves de onde vi os quadros ;)

Xuxi disse...

pois,eu sou de facto muito bukowskiana