segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Insta"Momentos" Líricos

Há uns meses comprei uma máquina fotográfica. Um mês seguinte voltei à máquina analógica. Depois do primeiro rolo, e porque a outra estava à mão, voltei à digital. Descarrego as fotos para o computador e para o iPhone.

As fotografias da digital são quase, invariavelmente, d`Ela. Quase nunca se vê o rosto. Gosto de apanhar-lhe o cabelo a dançar. O cabelo e o vento são bons amigos. E deixam-se fotografar por mim. Lá, no Sul, por vezes, fazia três disparos de seguida. E depois, quando as passava para o computador, vi-as como se um filme fosse em apenas três takes. Madeixas soltas a dizerem olá ao vento. E apenas um pouco da pele dos seus ombros, destapados pela falta de tecido do top, via aquele momento. Isto, com o mar ali ao lado. E eu, qual predador, agachado, a fazer aqueles três takes.

As fotografias da analógica são, quase, invariavelemte do gato preto. E de capas de livros. Dos meus livros. Dos livros d`Ela. Dos meus amigos. Até, de pessoas que caminham na rua. Estas, saem um bocado desfocadas. São fotografias clandestinas. Aquelas pessoas não sabem que tenho em casa fotografias das suas mãos a segurarem os livros que carregavam nesse dia.


4 comentários:

Carol disse...

De alguma forma muito simples este post é muito romântico, e bonito, muito bonito!

E disse...

Obrigado.

Mafalda Beirão disse...

Gostava de ver essas analógicas. Quer dizer, qualquer uma das tuas fotos. Gostava de as ver! :)

E disse...

Algumas andam por aí. Vá, no instagram (que não é do blog) porque não tenho confiança no que fotografo. Ainda. Ou talvez nunca.