Há marcos na vida de um tipo. A primeira vez que somos escolhidos para a equipa. O primeiro golo. O primeiro wally com o skate. A primeira onda. O primeiro beijo. A primeira vez.
E depois existem os outros marcos. Os primeiros Nike Jordan ou Reebok Pump. O primeiro fato. A primeira vez que se faz o nó da gravata sozinho. E o primeiro Perfecto.
O senão, nem todos somos feitos para um Perfecto. Até porque muitos não sabemos o que é um Perfecto. Eu sei-o há coisa de uma semana. Vinha numa revista com a legenda por baixo. O preço. E onde comprar.
Conhecia o modelo. Desconhecia o nome. Conhecia a imagem, até porque Marlon Brando é um dos meus actores preferidos. E calculáva o preço.
O nome pode enganar, é perfeito para todos. Para todas as ocasiões. Mas isso são mitos. O mito de que algo serve para toda a gente. E que algo serve para todas as ocasiões. É como aquelas listas as 10 coisas que um tipo ou uma miúda deve ter no armário. Este tipo de coisas serve para inventar reportagens e mais algumas páginas na revista. As 10 peças para o Outono. As 10 peças para o Inverno. As 10 peças para a Primavera. As 10 peças para o Verão.
E então um Perfecto. Se for perfeito, para quem compra, um Perfecto é como aquelas calças de ganga espectaculares. Vou ao pão e está fresquinho. Calças de ganga, New Balance e Perfecto. Vou só ali beber um café, calças de ganga Vans e Perfecto. Vou só... É escolher. E comprar uma mota.
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