quarta-feira, 2 de outubro de 2013

São Corpos Estranhos Num Universo Demasiado Fodido Por Vezes.


Foi para um lado. E ela foi para outro. Foi assim que um amigo meu me disse que tinham terminado. Nesta altura já não me surpreende quando as pessoas simplesmente terminam o que têm em comum. Como pedras tumulares que deixam cair na terra. Alguns desistem, são os fracos. Outros reconhecem o falhanço, são os crueis. E ainda outros vêem as desigualdades, são os pragmáticos.
 
As relações são das coisas mais lixadas de aguentar. Somos e fomos feitos para vivermos perto daqueles que nos são iguais. Mas não deixamos de ser uns bichos egoístas. E uma relação mexe com esse forma de egoísmo. Porque teremos de passar a ser egoistas por dois. Se a coisa se torna difícil, apenas difícil, e se desiste, não somos mais que fracos. Fracos de espírito. Fracos para aguentar barreiras. Uns joelhos lixados. Porque, cair, caímos todos. Levantar já só é para alguns. Mas nem todas as relações são feitas para aguentar. É aguentar as barreiras e umas quedas para perceber. O amor é fodido, mas não, o amor é um jogo de tentativa e erro. Dos primeiros beijos, corre mal. Os primeiros amassos, nunca sabemos até onde podemos ir. À primeira queca, terrível, sempre. Tudo serve como tentativa. E, bem, se falha, é um jogo cruel. E se não resulta, é um pragmatismo demasiado fodido.
 
Os corpos atraem-se, segundo uma qualquer regra física que nem todos percebemos. Uma equação qualquer escrita num papel demasiado fino. O que se sabe é que o Universo é fodido. demasiados corpos. Demasiadas atracções. E no meio desta dança celestial há umas relações que se estabelecem. Qual estrelas cadentes que duram meia dúzia de segundos de luz. Segundos de luz que são anos na terra. Só temos que aguentar. Fazer por aguentar. Porque dos fracos não reza a história.  

8 comentários:

Anónimo disse...

Um dos melhores textos que li nos últimos tempos... Muito bom! E explica bem a "ciência" que é o 'viver a dois e falhar'.

Mafalda Beirão disse...

Porra... Porra...!

E disse...

Blogguer,

O próprio blogger comenta, fantástico ;)

Obrigado.

Melody,

;)

Olha, é ir aguentando.

Kapu disse...

Eu, curiosamente, tenho outro ponto de vista. Não julgo aqueles que não aguentam as relações como "fracos de espírito". Acho até que, deixar e deixar-se ir, aceitar que tudo tem um fim (até a vida é finita possas...)e seguir em frente, tendo por vezes investido tanto nas mesmas, é duma coragem daquelas.

Cada caso é um caso "E"...e só quem passa por elas é que sabe.

E disse...

Bem, eu não julgo ninguém. Vou-me corrigir, tento não julgar ninguém. E tenho um principio que todas relações são estranhas aos nossos olhos tirando a nossa própria, e ainda assimm.

O que acontece, ou esta é a minha convicção, é que a relação acaba porque tem de acabar. E se acaba, é porque acaba mal. Mas os fins, esses são outros 300.

Terminam porque:
a) se desiste às contrariedades - são as relações que t~em potencial mas, por alguma razão, um dosintervenientes não tem interesse em continuar e simplesmente desiste. deixa de lutar;
b) admitem o falhanço - são aquelas relações que têm contrariedades externas muitos fortes e que muitas vezes são desvalorizadas, mas na devida altura mostram a sua força (distância, nível de literacia diferente, etc etc)
c) as que simplesmente não resulta - estas são as das tentativas e erros, porque caso contrário ainda estavamos com as/os namorados/as de infância.

Talvez, admito, seja demasiado linear na minha análise. E talvez, todas estas razões possam dividir-se. Mas no geral é: desistes (nem lutaste), admitestas que falou (mas tentaste) ou o pragamtismos é licado (aquelas duas pessoas por mais que se gostem não são compatíveis.

E claro que cada caso é um caso. Nem quero falar por todos.

Mas, MEC escreveu, O AMor é Fodido, ninguém lhe foi dizer que o seu amor era maravilhoso, pois não?

Carol disse...

Às vezes acaba não porque se é fraco, mas porque doí demais. E doer demais muito tempo pode fazer demasiados estragos...

E disse...

Mas se acaba, e é porque dói demais, qual é a razão? Porque há um certo pragamtismo em se admitir que, por mais que se goste, aquelas duas pessoas não resultam. Caí na minha terceira via.

Amor e uma cabana só resulta em romances.

Carol disse...

Amor e uma cabana só resulta em romances. E só se descobre de uma forma muito destrutiva. Aquelas duas pessoas não resultam.