Estava sentado num banco de jardim à Sua espera. E uma carteira estáva esquecida debaixo do outro banco. levantei-me e procuro um número para ligar. Do outro lado um muito obrigado extasiado. Tenho na carteira todos os meus cartões, ouvi intercalado de muitos e muitos obrigados.
Uma carteira é apenas uma coisa. Com cartões. Algumas fotografias. Por vezes, dinheiro. De tudo, as fotografias são o mais importante. Esquecemo-nos disso. As fotografias são memórias visuais. O resto são coisas.
Num banco mais abaixo estava uma pessoa sentada sozinha como eu estava. E talvez ela tivesse sido deixada para trás. Esquecida naquele banco. Como a carteira. Mas não tinha nenhum número para ligar. Para ouvir um muito obrigado por ter encontrado o meu amigo. Nada. Estava ali abandonada.
Deixamos amigos para trás. Tiveram a sua altura. Mas as carteiras é que são importantes. Têm lá a nossa vida toda, dizemos vezes e vezes sem conta. Talvez para nos convencermos. E, às tantas, estamos convencidos que é verdade. Parece que a vida hoje em dia cabe num pequeno objecto onde se guarda cartões. dantes era preenchida com amizade. Beijos. Fodas. Abraços. Choros. Desilusões. Hoje é preenchida com cupões de desconto. De fidelidade a marcas e lojas. Dantes a fidelidade era a uma amizade. Agora é amigos para sempre até ao próximo cartão.
2 comentários:
A sério... Esta tua forma de abordar as coisas...
que nos últimos tempos, pelo menos em mails, t~em dito que é demasiado triste, que sou uma pessoa trsite.
Enviar um comentário