segunda-feira, 11 de novembro de 2013

I Ain`t No Superman

Vi ontem o Homen de Aço. Não me interessa se se gosta ou não. Se há fans dos Comics que adoram as interpretações que são feitas para o cinema. O inverso também não me interessa nem me incomoda. O meu super-herói preferido na adolescência era o Wolverine. Como era de quase todos os meus amigos. O Homem de Aço não tinha carisma. Andava de cuecas. E eu achava parvo não ter uma máscara. Como era possível não o identificarem só porque tiráva os óculos. Também não ajudava os filmes antigos do Homem se Aço não me dizerem nada.

Já na faculdade, na altura para filosofia do Direito, pedi a um amigo meu um livro emprestado. Era Fundamentação da Metafísica dos Costumes. E adorei de tal forma que não devolvi o livro. Comprei um outro porque tinha tirado anotações e sublinhado partes. Não o li de fio a pavio. Li partes que eram recomendadas por esse meu amigo que estava no Mestrado de Filosofia. Aquilo que lá estava escrito colocava-me a pensar na minha forma de encarar muitas coisas. É sobejamente conhecido Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.

Nessa mesma altura gostava do The OC. Via todos os episódios. E a determinada altura, Seth, uma das personagens, diz que tinha feito uma composição para a escola sobre o Homem de Aço. Que era o único super-herói que não tinha uma máscara. Porque era o único que não se mascárava de outra coisa. Ele já é uma outra coisa. Ele apenas se mascaráva de pessoa. De Homem. E isso mexeu comigo. Porque nunca tinha pensado nisso dessa forma. E quando comecei a pensar em todas as leis morais que o Homem de Aço segue, as suas condutas, as suas dúvidas morais, porque haveria ele de salvar um homem qualquer quando ele próprio não é um homem? Qual o bem superior que ele queria que se tornasse Lei Universal?

Age de tal modo que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na do outro, sempre como um fim e nunca como um meio

O Homem de Aço, pelo seu código de honra e moral, impede constantemente que a humanidade seja um fim para o controlo mundial. Porque ele acha-se parte dessa humanidade. É dela que se disfarça. A sua primeira dúvida moral é porque amo gentes similares a mim mas diferentes? Porque a maior diferença é que nos somos maus por natureza. E ele é bom. Nós somos reais. Ele é ficção.

5 comentários:

Mafalda Beirão disse...

O Homem de Aço não tinha carisma. Andava de cuecas. - fizeste-me a manhã só com estas duas frases! E já nem falo do resto do texto, que tu parece que tens o condão de ir sempre tocar no assunto certo, no momento certo... Sempre!

Kapu disse...

Melody, não dar valor a um gajo que tem coragem de andar na rua a salvar o mundo, até dele próprio, de cuecas sobre as calças é de mau tom. Só por isso, só por ter essa "loucura", essa coragem, o homem já merecia que gostássemos um bocadinho mais dele.

(já eu gostava mesmo era do hulk)

E disse...

Melody

hahah ;) é a sempre a primeira imagem que tenho dele. Apesar de achar que até é uma das personagens mais complexa da comics, o seu fato continua a ser, bem, diferente?!'

De resto, obrigado ;)

E disse...

Kapu,

Nunca fui muito fan do HUlk, pá. Lamento. Engraçado, de Homem ele só tem o aspecto. Mas eu chamava-lhe ingenuidade, a tal que no filme, o ultimo, o leva a entregar-se á humanidade com a esperança que confiem nele mais tarde.

Kapu disse...

Really? Eu gostava muito. Tal como do wolverine, claro. E do Noturno. E do Thor. E da Tropa Alfa. E......e........e.......é caraças, gostava de muitos. Ainda gosto.

Sobre o filme e sobre as considerações que fazes sobre o mesmo não posso falar. Não vi. Super homem nunca foi dos meus preferidos. Acho que lhe falta carisma. Não gosto de pão sem sal......