A secretária está à minha frente com um
sorriso vazio. Pede-me para a seguir, a Dr.ª está à espera. No topo a Menina
passa a Dr.ª e eu sigo quem a ela me leva. Umas pernas longas embrulhadas em
meias pretas opacas assentes em saltos altos elegantes. Cada passada é pensada.
Uma perna colocada à frente da outra. As ancas movimentam-se em esses elegantes
da esquerda para a direita. Hipnotizando olhares masculinos gulosos. Homens e
mulheres pensam em sexo de forma igual. A diferença é a luxúria. Elas descobriam
a fórmula correcta para nos alimentarem a fome de corpos. Nós somos incapazes
do mesmo. No curto caminho para o gabinete da Menina, que aqui em cima é a Dr.ª,
passamos por um corredor onde tipos de olhares pesados e tristes trabalham
enforcados em gravatas berrantes que se julgam senhores do universo. Os senhores
do dinheiro. Os executivos falidos. Elas em vez da gravata têm saias travadas
escolhidas a dedo, mostrar a dose ideal da pele, de perna. O limite
instransponível de sou mulher e tenho desejos, sou profissional e confiante.
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