terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Minha Mãe

Mandou-me uma sms num destes dias. Vim a Lisboa, dizia ela, e estou agora na Poison D`Amour a beber um chá. Vem cá ter comigo quando saires do trabalho. Não estranhei a mensagem. A minha mãe por vezes faz estes raides surpresa. Mandei-lhe uma sms de volta a dizer que, talvez, demorasse. Não faz mal, respondeu ela, gosto disto aqui. Talvez, cometa um pecado e peça mais uma fatia de flan. E eu sorri sozinho. Imaginei a minha mãe sentada com um chá na sua frente, uma revista  - ela anda sempre com uma revista - e uma fatia de flan quando pensáva já em pedir uma outra. Quando me despachei fui ter com ela.

Umas horas depois levava-a ao carro de braço dado. Pelo caminho ela pediu para me agasalhar. Esse lenço é quentinho o suficiente? Sim, mãe, é. Ajeitou-me o cabelo com a sua mão esquerda. Olha, diz-me ela. E mostrou o que estava guardado num saco de uma loja de Lisboa branco. Era uma blusa nova. Gostas? perguntou-me. Porque me mostras aqui e não me mostraste há pouco? Ela encolheu os ombros. Nisto somos iguais. Porque foi uma compra de impulso e sei que achas que não o devemos fazer. Então porque me mostras agora? Porque quero saber se gostas. Se não gostares vou devolver. Mas mãe, primeiro deves gostar tu e depois o pai. Eu sei, filho, mas gosto que gostes. Dei-lhe um beijo na testa e disse, sim, mãe, gosto.

3 comentários:

Mafalda Beirão disse...

As nossas mães são sempre especiais... :') Que bonito!

Kapu disse...

Mãe é mãe, né??? Post bonito, este.

P.s.- Não lhe mentiste, correto E?? Gostavas mesmo da blusa, certo?? ;)

E disse...

Melody
Sempre. E para sempre.

Kapu,
Claro que não. Mas a minha mãe tem, modéstia à parte, um excelente bom gosto :)