segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Amor Ao Anoitecer

Ela perguntou-lhe o que ele sabia sobre o amor. E ele respondeu que era uma coisa simples. Ela não ficou convencida, disse que não pode ser simples o que se tenta descrever em insuficientes descrições. Ele olhou bem para ela antes de responder. Uma palavra só é simples. Pode ser pequena e não esconder nada. Mas apenas à vista desarmada. Já os gestos que a concretizam são maiores que as palavras e definições. Isso, são patetices, diz ela enquanto encolhe os ombros e faz beicinho. Ele ri-se. O amor, diz ele numa voz calma, é diarios. Como as palavras. O silêncio é complicado. E aí, é que está o problema. E aí, não existe amor. Ela colocou a cabeça no ombro dele e apagou a luz da mesa-de-cabeceira.

3 comentários:

Kapu disse...

Acho que os silêncios, também eles, podem demonstrar um grande amor. Amor são atitudes, parece-me. E nesse aspeto concordo em absoluto com "ele". É uma coisa simples. Basta que com elas se mostre o que se sente. ;)

E disse...

Compreendo o que dizes. e penso assim também. mas há um silêncio partilhado e há um silêncio instalado.

Kapu disse...

Verdade. Mas quando o silencio já é o instalado parece-me que o amor já não lá mora...