Despeço-me do Chiado a conta gotas. Acho curioso que os meus dias por este bairro tenha como adeus este tempo cinzento. Não sei quando parto. Mas irei partir. A música nesta altura tem de ser Morrisey. O melhor. Despeço-me da Bertrand e outras pequenas livrarias. Digo adeus invisíveis às pessoas bonitas que passam rua Garrett acima a abaixo. Neste tempo mais pálidas. Algumas bronzeadas do solário, no entanto. Vou ter saudades de ver serem tiradas fotografias para blogues, facebooks e instagrams. São poses pensadas em que se finge aborrecimento. Bebo os últimos cafés no Fábulas. Bukowski tem um livro sobre histórias com o pano L.A., e eu nem um retrato conveniente consigo fazer sobre o triângulo Rua do Carmo, Rua Garret, Largo de Camões. Raios parta!
Não mais vou poder ver a movimentação da janela quando se aproxima a Moda Lisboa. E as miúdas da Faculdade de Belas Artes bonitas na sua diferença. Ou os tipos que passeaim charme. O cruzamento de gentes e feitios não tem lugar. Existe um chiado em cada cidade. O de Lisboa tem a vatagem de se chamar mesmo Chiado. Como Portugal é pequenino. Eça dizia que quem queria ser alguém tinha de subir e desce ro chiado pelo menos duas vezes por dia. E eu agora abandono-o.
4 comentários:
Eu adoro o Chiado. Há muito tempo que gosto dessa zona lisboeta, desde que trabalhei por ai fiquei completamente apaixonada... precisamente por causa disso mesmo que descreves.
Vás para onde fores, com certeza vais levar o Chiado contigo.
O Chiado é uma zona encantadora :)
Lia,
Eu gostava antes de vir trabalhar. Gostoo de cá trabalhar. e vou continuar a gostar. Até porque, não vivo muito longe.
Maria,
Tens toda a razão.
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