Quantas perguntas fazemos por dia? Quantas perguntas fazemos por dia em que queremos saber as respostas? Quantas perguntas fazemos por dia e são importantes as respostas?
As perguntas são atalhos para o conhecimento. Para o conhecimento do outro. Daquele que está ali, ao lado, agora e, talvez, para durante muito tempo. É tempo que serve para encontrar as repostas que não precisamos fazer. Ainda que queiramos saber a resposta. Ainda que sejam importantes as respostas.
As relações mais longas que conheço assentam na ausência de perguntas ao outro. Gostas mais de carne ou peixe? Qual o teu perfume? Gostas mais de jeans ou calças? E tu, saia ou vestido? Uma relação é, por si, uma aprendizagem. Mina-la com perguntas é antecipar aquilo que se sabe que nunca se saberá: o conhecimento total e completo do outro. Porque tudo acaba por saber. Mesmo que meses depois se saiba que afinal nem é carne nem peixe o que o outro mais gosta, afinal é vegetariano.
As relações mais longas que conheço assentam na capacidade de ainda se surpreenderem com o outro. Com o que o outro sabe. Gosta. Consegue. É. Porque não houve perguntas. Porque não houve a ânsia do saber. Ele acaba sempre por aparecer.
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