sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Todas As Relações São Fáceis

Todas por igual. Fáceis, é o adjectivo. Mas é um fácil frágil. Um fácil temporário. Um frágil fininho feito vidro. Todas são fáceis até à primeira discussão. Ao primeiro arrufo. Ao primeiro não. Ao primeiro choque de vontades. Ao primeiro não quero. Não me apetece. Não estou para aí virado. Nessa altura, acaba o fácil. E, talvez, comece a verdadeira relação. Mas isto são clichés, são verdades fáceis.

Do outro lado há um outro Eu. Claro que vai ter vontades próprias. Opiniões. Porque viver connosco só é fácil aos nossos olhos. Alguém vai ter de lidar connosco como teremos de lidar com um outro. Até lá, assumir esta falha há apenas enamoramente, tesão, mundos perfeitos. É fácil, portanto. No choque dos dois Eus é que surgem todas as dificuldades. E uma qualquer relação não é mais que o somatário de dois. Se quanto termina a facilidade um sai, bem, não há relação. Não porque ela é frágil ou não podia dar certo. Não podia com aquele que abandonou. Porque vacilou no momento em que os homens têm de ser duros ou as mulheres têm de ser rijas.



Um timoneiro que se preze continua a navegar mesmo com a vela despedaçada.

Sêneca

2 comentários:

Anónimo disse...

Escrevi sobre isso também no meu blogue a semana passada. Chamei-lhe "Desabafos sobre o amor" e pus-lhe um "#1", porque imagino que seja uma reflexão para ter continuidade.

O amor só é fácil para quem não sabe o que é, para quem não está para se dar ao trabalho. E o facto de uma relação ser feita por 2 seres que têm vontades, expectativas e ideias próprias faz dele uma coisa complicada e que exige muito esforço.

E disse...

O amor não da trabalho nenhum, as relações que o sustentam sim ;)