A história só é engraçada - se o for para quem está de fora - por começar pela boca de um tipo que dá aulas de história e filosofia. Ou, talvez, por isso mesmo.
Este tipo é meu amigo há mais de 10 anos. Quando o conheci não dava aulas de história e filosofia. Era apenas mais estudante de uma faculdade portuguesa. E, nas palavras dele, um tipo sem qualquer futuro. Por isso bebia. E saia noites fora. E comia gajas (quando elas deixavam). Mal sabia ele que hoje seria um tipo respeitado que fuma cachimbo. Tem trabalhos e investigações publicadas. Mas continua a comer gajas (quando elas deixam - e deixam muitas vezes. deve ser do cachimbo).
Estávamos num qualquer sítio, que hoje não me lembro bem. Lembro-me que era verão. Talvez por isso me recorde disso hoje. E, diz-me ele - foi para mais gente, na verdade, éramos vários à mesa - ela tem razão, somos básicos. Ela era a namorada de um amigo nosso que, numa discussão, atirou-lhe à cara que nós- homens, essa fácil generalização - éramos simples, de mentes básicas. A discussão foi feia. Depois do silêncio, como a história começa.
Ela tem razão, somos muito básicos. Comida, Casa e sexo. Pelo meio coisas que nos entretemos. Bola. Carros. Essas merdas.
O silêncio, como seria normal, continuou. Ele acendeu o chacimbo (ah, já disse que acho que o cachimbo é porque ele apenas é um snob? é meu amigo, mas posso-o achar um snob, não posso?).
E, mesmo no sexo, tirando as preferências normais, os gajos dividem-se entre os que preferem cus e os que preferem mamas*.
E todos sorriram. Não há nada como falar em cus e mamas e tudo o que é gajo acha piada. E, todos, silenciosamente e com acenos tímidos concordaram. A discussão continuou sobre quem preferia o quê (para efeitos de registo, as mamas ganharam, se isso interessar).
As minhas primeiras mamas, vamos dizer assim, aconteceram aos 15 anos. Talvez um pouco tarde. Mas isto foi numa altura pré internet e pré redes sociais e telemóveis. As coisas eram terríveis para um miúdo dos anos 90 com tesão do acne. Então, aos 15 anos. E foi em França. Mas com uma portugesa. Andei tão longe para ver umas mamas de uma portuguesa. Mas era mais velha. Tinha 18 anos. O que foi um dois em um. Na realidade três em um. Gostos são discutíveis mas a minha memória diz-me que era bem boa. E é assim que a vou recordar, a ela. E às mamas também. Afinal, nunca se esquece o primeiro par de mamas.
Tínhamos ido acampar. Era um grupo enorme. Eu não a conhecia. Era uma espécie de campo de férias. E tudo se deu no último dia. Noite, para ser mais correto. Andava com ela fisgada desde o primeiro dia. Mas, tal como no filme, achava que era out of me league. Afinal, era mais velha. Ia para a faculdade. E era boa - era mesmo, não estou a inventar e a confiar na memória. Mas ela dava-me atenção. Um tipo nota. Mas achava que não ia levar nada.Anda dar uma volta, disse-me ela na última noite. E eu soube que ia ter sorte. Um tipo sabe. Ok, disse-lhe. Tentando ter um ar cool e descontraído. Fomos um bocado até que ela me dá a mão. Ter 15 anos e uma miúda mais velha e boa - já disse, não disse? - encostar a palma da mão na nossa é, bem, fixe. Parámos a determinada altura. Não sei onde e como, mas isso era irelevante. Ela encosta-se a mim e beija-me. Oh, porra, pensei. As mamas encostadas no meu peito. Sei que fomos, mais tarde, para a tenda onde ela ficava. E foi aí, debaixo de um tecido de lona. sob a parca luz, mais sombras, da lua francesa que os meus olhos viram umas mamas ao vivo. Aos 15 anos ninguém quer saber da torre Eifel (que acabei por ver 3 dias mais tarde. Mas aquelas duas mamas ali foram bem mais entusiasmantes.
*mamas é apenas o termo correto, pelo que acho que indignação de qualquer tipo ou feitio é apenas desnecessária. Obrigado.
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