sábado, 19 de janeiro de 2013

Diz-me que costas vestes



Sentados num café em plena baixa pombalina. Ela passa. Eles param de falar e olham. Pode ser os saltos altos que lhe dá aquele andar. Aquele jeito de as ancas baloiçarem. O cabelo solto. A maquilhagem quase inexistente. As unhas perfeitas que agarram o telefone com quem fala no outro lado. O pescoço delgado. A forma despreocupada como leva a mala pendurada no braço. Pode. Mas não é. Pode ser tudo junto. Mas não é. Será o interior exportado para o exterior? Envolve o que veste e a forma como é. São as costas nuas. Despidas em luxuria, vestidas sem vulgaridade.   

2 comentários:

A Refinaria disse...

As tuas histórias são maravilhosas!

E disse...

Wow, obrigado