terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Girls Like you (título sem conexão)



Beija-me. Gosto de ti. Adoro-te. Amo-te. Abraça-me. Amor não é paixão. Mas adorar é amar. Amor, por definição não cabe na sua palavra. O rapaz corre pelos campos para os braços da sua avó. Adoro-te, avó. Isso só a Deus, filho. Ela vira-se de manhã para ele, coloca o queixo no seu peito nu e olha-lhe nos olhos. Amo-te. Não se ama quem não se adore. Não se adora quem não se ame. Diz-me que gostas de mim. Amo-te. Diz-me que me queres. Adoro-te. Palavras por afectos. Uma troca, duas palavras, um negócio de lucros bilaterais.


São as palavras mais fortes na bolsa de valores na relação de duas pessoas. Afectas à regra máxima do capitalismo, a sua cotação mais elevada quando mais procura. Até ao limite máximo da sua vulgarização. Duas palavras. O mesmo afecto. Duas palavras para escolhas feitas na insolvência do que não se sabe sentir. Adoro-te. Amo-te. Tu. No final, o meu afecto por ti.

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