quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Over New York, New York, an illusion



Cenário de Synecdoche, New York. O meu cenário, Chiado, Lisboa, Janeiro de 2013. Depois do trabalho enrolo-me no peacoat e subo a rua Garrett até ao Largo de Camões. Sento-me num dos bancos que lá estão. Aqueles de tampo frio de pedra. Espero por ela com as mãos nos bolsos e sem ouvir qualquer música. Carros, buzinas, travões, o ruído de fundo de inúmeras vozes. As pessoas são cores com movimento. São formas fluídas. Um tipo alto de fato azul forte tapado com um sobretudo de bom corte e gel no cabelo caminha com arrogância. Uma miúda com um gorro da A.P.C. preto por cima de uma cabelo escuro com franja e umas calças pretas justas pela canela caminha com confiança. E eu? Continuo sentado na minha imaginação. Porque embrenhei-me tanto naquilo que invento, o "E" misturou-se com o meu nome. Com o meu ADN. Sou um filme que mistura realidade e ficção. Sou o Roger Rabbit de carne e osso. O iPhone vibra no bolso. Tiro-o e vejo uma sms: "estou atrasada, não esperes por mim". Levanto-me e caminho por todas aquelas pessoas. Há uns dias discutia-se sonhos. Quem sonha, com o quê. "se não consegues ver os rostos é porque não é real".



Sem comentários: