Existem poucas coisas em que uma imagem é tudo o que é necessário. A
roupa não prende, acompanha. A roupa não rouba, mas dá. E no final
sabemos que está ali o corpo de uma mulher. Não vemos o rosto. Podemos
imaginar. Mas não interessa. O melhor é sempre o que se insinua e não se
mostra. É o movimento que torna uma imagem estática em vida. Desfoca o
assessório, foca o essencial. E não mostra apenas o que está ali
naquele rectângulo. Faz premir o gatilho que activa a imaginação,
constrói o cenário. De onde ela vêm, porque trás o passo apressado? Para
onde vai? Onde está? Mesmo que haja um legenda (foto tirada em 2010,
2011, 2012? Em NYC, em Paris, em Londres? Na saída de um desfile, de um
jantar, de um encontro?) existe uma história que pode ser criada.
Sem comentários:
Enviar um comentário