terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Anfetaminas

Karen O grita-me aos ouvidos. Acompanhada de Trent Reznor para o filme The Girl With The Dragon Tattoo. Descarga eléctrica que utilizo para correr. Mas também quando os dias entram em espirais. Como naqueles filmes em que nos mexemos imenso rápido com a câmara a desfocar tudo. Onde as gotas de suor se formam nas têmporas. Os copos de café acumulam-se. A energia esgota-se. As mãos tremem. Todos falam entre si e não consigo ouvir nada. Karen O não se cala. Sufoca-me. O teclado fica desfocado. Não me consigo libertar. As letras dançam e gozam comigo. Saem do écran. Olho para ver se alguém vê o mesmo que eu. Puxam a minha pele. Dão-me beliscões. Grito-lhes e sobreponho a minha voz à de Karen. Todos param. Ficou o silencio apenas entrecortado pelo buzz dos computadores.

6 comentários:

Silvia disse...

Acho que todo o trabalho do trent é amazing. Assim como o que tem feito como produtor de How To Destroy Angels ( http://www.youtube.com/watch?v=ad3vWavWFVI ).

E disse...

Ele é dark. O que explica muito da sua música. E é transversal. Cash tocou uma música dele que se tornou assim ainda mais conhecida, a música. Mas a música, em questão, só poderia ser interpretada por Cash.

Silvia disse...

Oh, sabes bem que essa versão só é conhecida porque o Kermit a imortalizou. Qual Cash qual quê... pfff

E disse...

Ohhh no, you dont talk trash about Mr Cash, Miss!

Silvia disse...

Oh c'mon!! A versão do kermit é mítica!!!!

E disse...

Exacto: a versão! Cash é mítico! E Hurt na sua voz, naquela altura da sua vida é Hurt. É que uma coisa é escrever uma música, outra é interpretar quando se sente cada uma das palavras.