Às voltas no carrosel

- Porque gostas tanto destes carrosséis?

- Não sei. Porque me volto a sentir menina. Porque me sinto como se o mundo fosse simplesmente belo. É como se tudo fosse uma enorme  brincadeira. Apenas que cresci. Paris. E um carrossel no meio da cidade. O que mais pode haver? Estamos onde o berço da beleza surge a cada esquina. Parece que tudo é feito com requinte.

- Estás a exagerar. Mas dá-me gosta ver-te aí às voltas. Andas e andas e o teu sorriso apenas cresce a cada volta.     

- Anda comigo? Anda também?

- Não. Perde a magia. Tens de estar ai sozinha sentado nesse cavalo para que essa tua imagem funcione.

- Andar nestes carrosséis aqui é Chanel, é Louis Vuitton. É saborear esse mundo de criação de sonhos.

- Bem, estás em Paris.

- Mas é mais. São estas barraquinhas à beira do rio. Com aguarelas. Com pequenos retratos. Quero tantas. Quero todas. E quero estes desenhos do Moulin Rouge.

- Queres Paris em sonho. Queres a Paris burguesa. Queres Paris boémia.

- Simplesmente quero Paris.

- Vá anda. E dá-me um beijo