terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Decisões em retrospectiva



Nunca fui muito bom em trabalhos manuais. Em desenho já era um pouco melhor. Conseguia desenhar com o original ao lado e sair-me bastante bem. Só precisa que estivesse numa folha de papel e conseguia reproduzir em termos bastante aceitáveis. O que é que alguém pretende seguir quando consegue manusear o lápis e a caneta com algum engenho? Não sei. Mas eu achava que queria ser arquitecto. Depois de querer ter sido muita coisa quando crescia. Arquitectura seria. Para alegria do meu pai. Arquitecto de formação. O filho seguir-lhe as pisadas. Até que um dia um colega de turma e um dos meus melhores amigos foi acusado de copiar em vários testes. O acusador a minha prima. A acusação dizia que tinha sido mais que um teste. E que obrigava a que lhe passassem as respostas contra ameaças. Porque é que a minha prima o acusou? Não sei. Mas era injusto, falso e aquilo mexeu comigo. Perante a turma toda defendi-o. Nunca falei em publico e detestava responder perante a turma. Aprendi duas coisas nesse dia. A primeira era que gostava de me ouvir falar. A segunda foi que existe um certo poder quando conseguimos levar a nossa avante e defender uma causa.

6 comentários:

Silvia disse...

Direito então?

E disse...

Sim, para mal dos meus pecados.

Silvia disse...

Arquitectura não era mesmo nada melhor...

E disse...

Acredito que sim. Mas temos uma tendência natural a repensar as escolhas que fizemos.

Silvia disse...

Pois... Eu penso que se tivesse ido para direito era mais feliz! :D

E disse...

É uma forma e prostituição, direito.