domingo, 17 de março de 2013

Bonjour Tristesse, até depois, Berlim fica com o edifício



Berlim. Naquela cidade destruída por bombas e exércitos os edifícios contam a sua história. Julgo que não seja muito diferente de outras cidades. Mas Berlim, nestes anos depois de 2008 lança a sua influência  Como uma pequena vingança depois do castigos que lhe foram impostos no final da II Grande Guerra. Neste mundo, quem tem dinheiro manda. E os Alemães, depois das contas saldadas, voltaram a sentar-se à mesa.

Ele desenha abrigos. Edifícios de cimentos e tijolo e uma outra enormidade de materiais. E um deles é em Berlim. E ele é português. Foi pago com o mesmo poder económico para quem agora o país estende a mão. Entre 1980 e 1984 Siza trabalha em Berlim para construir o edifício Bonjour Tristesse. 

Não sei a ligação do Edifício ao Livro de Françoise Sagan. Mas acho que é um titulo bonito. quer para um livro quer para um edifício. Naquele edifício passam pessoas. Entram e saem. E como que a tristeza é abandonada cada vez que se passa a porta. Naquelas divisões não há tristeza que resista.

Desenha Siza para ele e para algumas pessoas  cuja aceitação é importante? Tal como Françoise que defendia que só se escreve para meia dúzia de pessoas. Siza é maior que Françoise. Em áreas distintas. Siza é português. Françoise era francesa. E um edifício com o nome de um livro está em Berlim, Alemanha. Mais que o Homem, a cultura é uma cidadã do mundo. E é giro, isto.

Porque é isto que quero quando viajo. Ver arte que não tenho cá. Foi isso que me fez entrar no MoMa. No Met. No Dorsay. No Louvre. No British. Nas casas de Gaudi. Entre outros. 

Mas também quero a aceitação de uns quantos. Mesmo que seja a jogar à bola. Faço truques e dribles. Marcos golos de chapéu para os meus amigos verem como sou fixe com a bola nos pés. Talvez melhor do que cozinheiro de pratos vegetarianos. 




A Tashen dedica um livro a Siza. 1952 a 2013. A história não é só feita de músicas, de quadros, de roupa e decisões políticas. Mas também de edifícios. E o engraçado é que muitos edifícios pode ter por detrás decisões de influências de outras áreas. Desde logo porque, em princípio, nenhum edifício nasce sem ser numa área onde seja possível a construção. E essa decisão é, ou deveria ser um decisão política. Mas bem sabemos onde andam as actuais decisões políticas.

Sem comentários: