quinta-feira, 21 de março de 2013

Creio em Deus e sou deus, mesmo quando vivo em Lisboa

Li hoje um poema. Um poema pequenino. De um génio. Um dos maiores. Um que foi tocado por Deus tornando-se um deus. Li quando ouvia Iron de Wookdik do CD Golden Age.

 

 

Deus

 

Às vezes sou o Deus que trago em mim

E então eu sou o Deus e o crente e a prece

E a imagem de marfim

Em que esse deus se esquece.

 

Às vezes não sou mais do que um ateu

Desse deus meu que eu sou quando me exalto.

Olho em mim todo um céu

E é um mero oco céu alto.

 

Fernado Pessoa

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