terça-feira, 9 de abril de 2013

Arte, moda e literatura pelo punho de Saramago


Colette, por Humbert

A vida de Audrey podia ter sido completamente diferente. 

Em 1945 Colette edita Gigi. Fez o seu caminho até ser parte da Cultura Popular. Gigi é uma novela. Um género grande demais para ser conto, pequeno demais para ser romance. Mas no tamanho exacto para deixar marcas para o futuro. O suficiente para ser referida, mais que uma vez, em Gossip Girl por Blair. Para quem as figuras femininas maiores são Jackie O e Audrey Hepburn. 

E Audrey começa com Gigi. Escolhida pessoalmente por Colette. Quando Audrey ainda não era a diva que se veio a tornar. Atravessando gerações. Atravessando a transformação da cultura popular sendo sempre mítico o seu nome. O seu rosto. A sua forma de encarar a sociedade. 

Mas, e se nunca tivesse sido escolhida?

Anos, anos mais tarde em Saint-Honoré, Paris, abre uma concept store de nome Colette. O nome talvez não tenha sido um mero acaso. Porque a loja tem todo o je ne sais quoi tão parisiense. Ainda num jantar recente dizia que Colette só poderia ser em Paris. E só vai haver uma Colette. Com o seu famoso bar de águas. Onde Thom Browne tem à venda os seus famosos fatos. Onde existem ténis de mil cores. Onde Kate Moss deu uma sessão de autógrafos.

A mais recente tradução em português foi feita por Saramago. Talvez um suspeito invulgar. 

Colette além de uma escritora, teve também a sua importância nos costumes. Conhecidos os seus romances homossexuais com outras mulheres. As causas que defendeu e as associações que fez parte. Ajudou judeus durante a Grande Guerra. Truman Capote escreve um conto em que Colette foi a sua influência. Foi também Truman Capote que escreveu Breakfast at Tiffany's. Uma outra novela que chegou à cultura popular. E que no cinema foi interpretada por Audrey. Nesta altura já com um culto à sua volta. E para mim, ambas as personagens têm várias semelhanças. 


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