segunda-feira, 1 de abril de 2013

Diz-me o que sabes sobre o amor



Não sei nada. Ninguém sabe. Ainda que haja quem o cante, escreva ou proclame. Sabem apenas o que sentem. Muitas vezes confundindo amor com paixão. Desejo com tesão. É algo que cabe apenas numa palavra. Porque assim não tem qualquer definição. Porque não existe uma só definição. Existe, sim, uma definição para cada pessoa. E assim reduziu-se tudo a uma e só palavra. Traduzida para tantas línguas um só sentimento.

O amor deixa marcas profundas. Assim que o vivemos cria uma entidade imutável. Somos uma pessoa diferente a partir do momento em que ele se apodera de nós. Havia um antes e agora um após. Porque muda a perspectiva. Muda a forma como olhamos para tudo. E é uma marca que sentimos dentro de nós. Por debaixo da pele. Sentimos a nadar pelo nosso corpo. Solta-nos o coração em momentos e efusiva felicidade. Contrai-nos os músculo em momentos em que a dor aparece. E tudo sempre sem um único fio de sangue para mostrar que está presente bem dentro de nós. 

Li há uns dias um conto de um amigo. Nesse conto alguém perdeu quem amava. Não interessa porquê. Vamos deixar esse facto de fora, por agora. Mas a forma de apaziguar a dor do que ele sentia como amor foi colocar todos os cigarros em cima da mesa. Em cada um deles escrever o nome da ,agora, ex-namorada. E depois começou-os a fumar de empreitada. Em cada cigarro estava escrito Mariana. Ele fumava-os. Via o nome tornar-se de Mariana em Maria e por fim em Mar antes de desaparecer. Cigarro após cigarro. 

E ele tinha perdido a namorada porque ela se tinha suicidado. Isto do amor é nada. Porque não se sabe nada quando ele existe e não se sabe o que fazer quando ele se vai embora. E eu achei genial a forma como ele escreveu a forma de lidar com este sentimento de uma só palavra. 


4 comentários:

Cat disse...

De facto, não sabemos nada sobre o amor. Só podemos senti-lo e, quando muito, vivê-lo... nada mais

o mesmo de sempre. disse...

respect.

E disse...

Nada de nada, Cat. So precisamos ter isso bem presente.

E disse...

Verdade! Temos de encontrarmo-nos. Ver se quando for ao outro lado saímos todos