terça-feira, 21 de maio de 2013

Don em mim



I turned 40 six months ago
Don Draper, in season 5

Ele é a minha personagem preferida da televisão. De Londres vêm mails em que me perguntam como eu posso gostar de Don. É verdade, ele tem tudo para que eu não goste dele. Ao mesmo tempo que tem tudo para eu gostar. Don é o tipo que se vê no meio do que sempre quis. O tipo do fato impecável. De princípios morais bastante discutíveis. Mas é disto que são feitas as pessoas. O mundo não é a preto e branco. Há umas pinceladas de cinzento.

E hoje, na véspera, lembrei-me do Don da quinta série. Que é igual às outras todas. Mas lembrei-me deste. Lembrei-me de ele entrar no escritório e de manhã encher um copo e acender um cigarro. Lembrei-me dele e dos seus fatos sempre escuros. Sempre de dois botões. Ele é um suit - expressão que não tem tradução possível - mas que faz a ligação para os criativos. Don prova que há possibilidade de nos reinventarmos. 

Eu cresci. Terminei o curso. Tive de começar a vestir fato. Mas posso querer ser algo diferente. Elas tiveram Carrie, o amor e os sapatos. Nos temos Don, os fatos e o sonho. Ambos são permiaveis. Ambos são complexos. E ambos são imperfeitos. 

Na véspera. É sempre na véspera. Porque Don é real. Os outros são o Peter. envelhecem, ficam gordos. Ficam burgueses. Casam e vão viver para os Subúrbios. Eu continuo a querer a cidade. Continuo a querer a ver o mundo.

4 comentários:

Ana A. disse...

Morar em Lisboa cidade é definitivamente único.

CAP CRÉUS disse...

Don e Hank são os maiores!
Mas olha que aquele tipo do Sexo e a Cidade, o Big é que a leva bem. AHAHA
Noutro patamar é certo, mas mesmo assim. :-)

E disse...

São, mas eu prefiro o Don. Ainda que hank seja escritor.

E disse...

eu adoro.