domingo, 26 de maio de 2013

Enfiados no bosque








Viras à esquerda no cruzamento a seguir à auto-estrada. Depois vais em frente até encontrares uma placa. Mais um pouco em estrada de terra batida até ao rio. Vais encontrar um posto de observação de pássaros e um pequeno Porto artesanal para embarcações de estuário. Chegaste lá.


Seguimos por trilhos que colocavam pó nos ténis. Não houve música que não a dos pequenos animais. Animais que não vimos. Porque éramos intrusos. E eles eram tímidos. Alguns cliques de fotografias digitais e analógicas. Um pic-nic ou alguma coisa parecida. Comida, bebida e outras coisas. Risos, conversa e parvoíces. Algum vento. Alguns insectos. Afinal a cidade ficou para trás. Falou-se de livros e filmes. O M.E.C. que agora feliz a escrita não é a mesma. Para melhor ou para pior? Divisões de opiniões. Afinal, como é bonita a puta da nostalgia. Ao final, final, abri mais um livro. De Salinger, que terminarei quando chegar de Itália. De onde virei com 1500 fotografias e mais uns ténis.

6 comentários:

Vic disse...

As ideias do MEC estão todas lá. A felicidade só tem influência no estilo.
Quanto ao resto, que alívio que por aqui não haja pó.
Boa continuação de férias :)

E disse...

O MEC é, sem qualquer dúvida, um óptimo escritor. Eu gosto deste romance. Ou romance-ideia, como eu gosto de lhe chamar, mas tenho de concordar com algumas criticas, há coisas que não funcionam no seu todo. o que é pena. continuo a achar que o título é um dos melhores que já se fizeram em portugal.

escrevi uma pequena critica ao livro, talvez ainda a publique hoje ou amanhã.

Anónimo disse...

Aposto que foste à Carrasqueira, pela descrição. Muito boa escolha. O livro do MEC não é um romance, é um livro de crónicas. Ando a ler e também acho que desilude (ou melhor, não enche a alma) a quem leu O Amor é Fodido ou o Cemitério de Raparigas, mas já li duas ou três frases (e crónicas inteiras) daquelas "mesmo à MEC" e só por isso já vale a pena, como "Lembrar ou antecipar é roubar presentes ao presente" ou Antagonismo Bom. De qualquer forma, nos últimos tempos, dele li e aconselho Com os Copos, que é um livro de cocktails surpreendentemente interessante para quem não sabe nada sobre isso nem lhe interessa, como eu, mas que simplesmente gosta de ler o MEC e sente saudades dele de vez em quando. SG

E disse...

Não é a carrasqueira, mas não ficou muito longe. vim à cidade onde cresci.

O Livro do M.E.C., este último de crónicas, ainda não li. Nem li o Cemitério de Raparigas. Li e reli agora O Amor É Fodido. E tenho uma crítica em draft. Possivelmente não vais concordar comigo.

Anónimo disse...

Li mil vezes antes dos 20 anos (comprei-o quando saiu, tinha 16 anos), adorava e influenciou-me muito e nem sempre de forma positiva. Não foi pelo título, que me valeu uma grande chatice com o meu pai que me fez arrancar-lhe um capítulo (ao livro, não ao meu pai). Não vou relê-lo porque sei que ia mudar a minha opinião sobre o livro (provavelmente para pior). Assim, vai ficar no meu top 100 para o resto da vida... Portanto, talvez concorde contigo. SG

E disse...

Eu continuo a gostar do livro. Mas é injusto, para com o autor, quando, invariavelmente, o comparas com o género onde ele reina como ninguém. Há coisas que, no entanto, no livro em questão não resultam. E eu não lhe chamo romance, chamo-lhe romance-ideia. Depois perceberás. ;)