terça-feira, 28 de maio de 2013

Viagem no tempo



Three years ago in Paris I got out of a "metro" train at La Concorde, and saw suddenly a beautiful face… I could not find any words that seemed to me worthy, or as lovely as that sudden emotion
Ezra Pound

Ezra passa despercebido. Compreendo. O seu aspecto de Trosky, frágil, ao lado do huber masculinizado Hemingway e porte aristocrático de Fitzgerald, é apenas um que escreve. Mas a sua importância é inegável.
Quando estive em Paris falei-lhe da geração perdida. Onde escritores moldavam um estilo, uma corrente. Vamos vê-los depois no filme de Woody Allen. E ela, no fim do filme, perguntou-me se o destino é demasiado cruel ou somos nós que vemos sempre as ligações que queremos ver. Não percebi onde ela queria chegar. Bem, diz ela, porque o filme é uma ode a Paris, mas pelos olhos de Allen, eterno apaixonado por Nova Iorque. É verdade... digo. Ela continuou, e as personagens principais são escritores americanos. Exceptuando Dali, interrompo. Perfeitamente dispensável, diz ela.
Caminhámos em silêncio pelas ruas de Lisboa de braço dado. Então, e as ligações? Pergunto retomando a conversa de há pouco. Então, tu és Allen, adoras Nova Iorque como só tu podes adorar aquela cidade. Adoras os seus escritores. E eu adoro Paris. As ligações são por demais evidentes.  

3 comentários:

Vic disse...

A "minha" cidade...Paris.
Sempre que por lá estou, vou até ao Deux Magots para "revisitar" Hemingway (never my cup of tea), Fitzgerald ou Sartre, e admiro-me sempre de como somos capazes de ter saudades de tempos que não vivemos.
Mas Paris...vivo um bocadinho todos os dias:)

Xuxi disse...

Midnight in Paris?
quando vens ca?

E disse...

Devo ir no próximo ano, pela neve, uma vez que já aí estive com sol. Mas estou ainda a estudar a questao do hotel