De todos os quadros que eu mais gosto, este ainda me falta ver ao vivo. Não é o meu quadro preferido. Mas anda lá perto. É talvez, até, o que mais me diga. Pela sua estética e que explica a minha preferência por uma certa espécia de fotografias. Fotografias em que o sujeito é sempre mitigado pela emoção que a própria imagem transmite. Tal como neste quadro. Não vemos o rosto do retratato. Mas podemos ver que, pelas suas roupas e pela sua bengala, existe uma certa "aburguesação" da persoangem. E depois as colinas. O nevoerio. O cabelo levado pelo vento. Tudo eleva o quadro a uma superioridade do pensamento. E essa é talvez a ligação ao pensamento de Kant. Kant que apesar dos seus demónios - e da sua tradicional demonização, esquecendo-se muitas vezes da sua importância na moral que criou - é o meu filósofo preferido.
Este quadro e a sua importância para a minha ideia de estética, é visível em várias fotografias de streetstyle. O que só mostra que as verdadeiras obras de arte são marcos de influência dissimulada e quase camufladas. Mas eu gosto deste quadro, e das fotografias de rostos não visíveis, porque não se julga quem aparece. Um rosto sério ou um rosto sorridente. Um rosto de olhos bonitos ou um rosto de olhos feios.
Descobri Kant no último ano de faculdade. Já tinha lido bocados de trechos dados pela minha professora de filosofia do 12º ano. Mas foi no último ano que um amigo meu - o tal que partilha comigo o primeiro nome - me emprestou "Metafísica dos Costumes". Emprestou-me por causa de um trabalho. E li de fio a pavio. Talvez não tivesse a bagagem para o compreender na sua totalidade. Mas gostei. E sublinhei algumas partes. O que me fez comprar um outro para devolver o que me tinha emprestado. E foi depois de o ter lido que ao pesquisar no google em imagens (um hábito que tenho, faço sempre duas pesquisas e uma é em imagens) que descobri este quadro. E tudo se fez luz.
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