quinta-feira, 1 de agosto de 2013

À procura do meu tempo perdido

"Yesterday, in 4 hours, I typed up the 12,000 word Diamond Sutra on a long 12-foot scroll, beautiful, with my final transliteration, one of the most precious religious documents in the world, even you'll like it when you read it", escreveu Jack Kerouac a Joyce Johnson em Novembro de 1957.
Não escrevo há uns dias. Muito menos em quatro horas seguidas. Olho para trás para o tempo em que me sentava à secretária de madeira escura e olhava para o portátil como a minha máquina de escrever. E penso nisso hoje quando faz anos "À Procura do Tempo Perdido" de Proust.
A primeira vez que me recordo deste livro - ou um dos seus volumes -foi pelo meu avô. Um anarco-sindicalista conhecedor de esperanto, sapateiro de profissão, amante de livros nas horas vagas. E na altura fez-me muita confusão ele gostar de um livro de um pequeno burguês. Mas ele dizia-me que um dia iria perceber. Depois, anos largos mais tarde, vi uma referência no The OC. Era um dos livros preferidos do Seth. E, ano mais tarde novamente, foi um dos primeiro livros que ela me ofereceu. O primeiro volume. Que não li logo de imediato. E até cheguei a abandonar na primeira leitura que fiz. Mas depois foi-se pregado como uma camada de gordura sobre a minha pele. E hoje faz anos.  

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