segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Amor Não É um Depósito a Prazo

Em que se depositam beijos para anos mais tarde recolher abraços. Em que se deposítam carícias para levantar sexo. Em que gestos não rendem juros de efectividade de 3% ao ano.

O Amor não é uma relação em espera para o futuro. Não se investe hoje para cobrar amanhã. É uma relação de continuidade. Assente no principio mais elementar do toque na pele pelo retribuir imediato do sorriso. Um beijo no cabelo e o reflexo no momento seguinte de um abraço com o rosto no peito. É uma relação do tudo ou nada. Não há renovações. Não é escrever numa parede de um prédio "Amo-te amanhã, ou daqui a dois anos, até logo".

Ama-se porque se ama. Porquê? Sabe Deus. Mas ama-se agora, naquele momento. Com beijos de hoje. Com abraços daqui a bocado. Com sexo logo à noite. E amanhã, está lá tudo outra vez. Se se quiser. Se se sentir. Mas no momento. Sem qualquer regra de ser daqui a alguns anos. Se três anos passados houver o sentimento de se querer cheirar os cabelos de alguém pela manhã, de banhos conjuntos ao fim do dia, há uma história com portas fechadas na cara. Gritos. Berros. Beijos molhados. Cicatrizes de alegria. Mágoas de amuos.

2 comentários:

Carol disse...

Bem dito/escrito/sentido! O amor não se cobra, o amor vive-se.

E disse...

Exacto.