quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Love Is a Mix Tape

Gostar. Amar. Desejar. Não é uma linha. Não é uma caminho simples de um passo a seguir ao outro sem qualquer hesitação. Há ainda uns tropeções. Umas quedas. Uns joelhos fodidos no asfalto. Gostar. Amar. Desejar. Não é uma comédia romântica. Não existem finais bonitos e alegres.
 
Gostar. Amar. Desejar. É tudo aquilo junto. Sem regras de dosagem. Sem regras de preferência ou importância. É um mundo sem regras. Como se o próprio mundo já não fosse suficientemente lixado. E difícil de comprrender. Ainda temos isto. O que torna todas as relações difíceis. Não as há fáceis. Uma relação fácil é uma não relação. Ou uma relação já morta. Ou a caminhar alegremente para o fim. Uma relação por vezes tem o gostar de manhã. Amar à hora de almoço. O desejo à noite. Ou desejar à hora de almoço. Gostar à noite. Amar de manhã. Ou tudo junto a toda a hora. Haja coração que aguente. Lixado isto.
 
A ausência do que será amanhã. Uma relação é um conflito permanente. Sartre tinha razão. Um quer uma coisa, o outro quer outra. Alguém tem de ceder. Alguém vai ceder. E a relação continua alegramente. Vivem felizes até ao próximo conflito. Mais uma solução para aquele momento terá de ser encontrada. E há a perda da privacidade. E isto é o mais lixado de tudo. Não é saber que na relação há outro, E o outro tem falhas e defeitos. Talvez- dá jeito - umas qualidades pelo meio. Não é saber que a outra pessoa gosta de arrumar os cereais em caixas. Gosta de pendurar na cadeira a roupa da semana. É saber que há uma invasão constante de um mundo que era nosso. Aceitar, é sobreviver. É Gostar. Amar. Desejar.
 
 
 
 

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