quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mochilas

Há uns meses Nick Wooster apareceu em Florença com uma mochila. De blazer, calções e mochila. Mas Nick Wooster pode tudo. Ou quase. Ninguém é perfeito. Mas o que interessa aqui é a mochila. Dizem as regras que de fato tem de ser uma pasta. Mas uma pasta é chato. Não foi inventado nada melhor do que levar as coisas numa mochila. Há malas e pastas que são giras e cool. Mas a mochila é que é. Em Lisboa só se vêem um tipo de pessoas de fato e mochilas: os consultores. As mochilas são feias e aborrecidas. E servem para levar os portáteis. Eu não sou consultor, não posso usar mochila.
 
Mas terá aberto Nick Wooster a caixa de Pandora? A pasta está associada não só ao que se leva, mas quem a leva. Tipos de fatos a entrarem em escritórios. Estacionam os seus carros e sobem no elevador com outras pessoas a quem falam sobre o tempo que está lá fora. Era dantes. Hoje os metros estão cheios de pessoas de fato que levam as suas pastas e não falam com ninguém porque levam os auscultadores brancos dos iPhones nos ouvidos. Generalizo e uso preconceitos. Mas não é tão mais simples utilizar uma mochila? E as há em bom. E giras. Mas nem todos somos Nick Wooster.  
 
 
  

5 comentários:

Carol disse...

Apoio que de fato se pode ir de mochila, uma mochila boa, gira. Dá uma certa pinta. E diz a minha avó "o "cabide" é que faz o vestido bonito"!

E a bem dizer, as regras também foram feitas para se quebrarem!

E disse...

É verdade. Diz quem sabe que também tem a ver com um certo ar negligee. Mas talvez não estamos preparados. Afinal Eça ainda poderia escrever sobre hoje como escreveu sobre o ontem.

Carol disse...

Somos um povo agarrado aos costumes, mudar não vai no sangue da maioria!

E disse...

Adorei a frase "mudar não vai no sangue da maioria". posso utilizá-la num conto que estou a escrever?

Carol disse...

Estás à vontade :)