sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Estranho Caso Do João Tordo E A Possibilidade De Termos Bukowski Disponível

No outro dia ouvi uma entrevista do João Tordo. E eu gosto do João Tordo. Gosto como bom contador de histórias. E isso é sempre bom. Da nova geração de escritores, aqueles dos 30 aos 45 anos, acho que ele é um dos melhores. Está níveis acima dos outros.
 
Mas ele entende que se publica a mais. E se publica a mais maus livros, diz ele a determinada altura na entrevista. Que tudo o que é gente hoje publica um livro. Actores de novelas, apresentadores, bloguers (seja lá isso o que for). Demasiados livros de mistério à lá Dan Brown (onde insere o próprio Dan Brown). E que isso vicia os leitores. E os leitores vão continuar atrás desse tipo de livros.
 
Faz a ressalva, não diz isso por si. Afinal, ele tem o seu público que vai continuar a ler os seus livros. O seu público onde eu próprio me insiro.
 
Mas por quem faz então?
 
Por um bem maior que é a literatura de qualidade.
 
E o que é isso de literatura de qualidade?
 
Falei com Ela ontem à noite sobre esta entrevista. Ela que também gosta de João Tordo. Falávamos enquanto comíamos uns croquetes vegetarianos com gnocchi e molho de abacate e tomate a acompanhar uma salada de tomate e pepino temperada com azeite e oregãos. Ela diz que ele apenas disse o que eu penso. O que eu e os meus amigos snobes da literatura achamos. O que me fez ficar um bocado chateado. Primeiro porque ela chama isso a uns amigos com quem gosto de falar de livros. E um desses amigos também gosta de João Tordo. E depois porque são terrenos movediços falar-se em publicar demais.
 
Ele, João Tordo, diz que levou anos a aprender o seu ofício. E que depois vêm essas pessoas que escrevem uns livros quando são outras coisas. Eu sei que João Tordo gosta de John Dos Passos que veio para a Europa aprender sobre literatura e arte. Depois publicou os seus livros. E, os outros? Todos aqueles que antes de escrever um livro fizeram outra coisa talvez não devessem publicar. Este é o problema das generalizações. São tontas.
 
E Bukowski?
 
Trabalhou nos correios. E disso fez um livro. E agora está disponível o seu espólio. Depois de termos jantado sentei-me no sofá com o The Black Cat nas pernas. Abri o iPad e entretive-me a ler o que nunca tinha lido de Bukowski. E gostei. E sabemos que nunca vamos ser como Bukowski. Para o bem e para o mal. E tive conhecimento através de uma notícias no publico.   
 
 
 

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