sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O último até logo ao Pedro

Fui à praia que o Pedro queria que fossemos para apanhar as nossas ondas. Mas não apanhámos ondas nenhumas. Dissemos o último até logo. Um até logo sentido. Com ondas perfeitas que faziam naquela altura. Somos compostos maioritariamente de água, por isso faz sentido que sejamos deixados a ir com a água. A onda vem até à areia e leva-nos de volta. De costas para a areia. Com o rosto para o mar. Até logo. 

Sinto ainda a falta do Pedro. Tenho saudades do Pedro. A poucos dias de ele fazer anos despedimo-nos dele. Ele vai-nos fazer falta. Era imperfeito. Tinha falhas. Tinha defeitos. Como todos nós. Nós que o gostávamos de ter ainda connosco.

Ele, que foi por amor. Porque insistiu em lutar até ao fim por algo que ele sentia. Não sei se acreditava ainda. Mas sentia. Um amor. Um carinho. Um desejo. E isso fê-lo lutar até ao fim. O Pedro partiu por um motivo nobre. Um dos mais nobres motivos. Acabou de forma trágica. Mas eu gosto de o recordar assim. Um lutador que acreditava no amor. Um amigo de sorriso fácil.

Há uns dias um amigo perguntou-me se eu já tinha escrito sobre "Deus". E já tinha. Mas hoje penso nisso outra vez. Porque agrada-me a ideia de o Pedro estar num qualquer sítio à nossa espera. E espero que esteja feliz. Só quero isso, que esteja feliz agora. 



1 comentário:

CAP CRÉUS disse...

Há-de estar algures sim a olhar por vocês.
É o que eu penso em relação aos meus Avós e ao meu Pai. Algures a zelar por mim.
Abraço