Santiago! Santiago?! Não me ouves? Desperto.
Levanto-me na cama apoiado nos cotovelos.
Ela está à porta e olha para mim. Tenho a t-shirt colada ao corpo de ter
vindo a pé. Chegaste há muito tempo? Pergunta-me ela. Não... Quer dizer, não
sei, não me lembro. E volto-me a deitar. Pés pendurados para fora da cama e
olho para o tecto. Oiça mexer-se no quarto. Deita-se ao meu lado como eu.
Olhamos os dois para o tecto. A ventoinha que temos no quarto roda. Oiço um
pequeno miado. O The Black Cat passeia-se pelas nossas cabeças e deita-se entre
nós. Indiferente ao calor dos nossos corpos.
Achas que, pergunto-lhe, quando dormimos a imaginação tem alguma espécie de limites? Continuo a olhar para o tecto.
Ela apoia a cabeça numa mão. Vira-se para mim.
Estás todo suado, diz-me. Porque me perguntas isso? Não sei, lembrei-me,
digo-lhe. Levanto-me e digo-lhe que vou tomar um banho. Quando saio vejo-a a
levantar-se. Despe a saia que deixa cair pelas suas pernas. Retira a camisola e
fica apenas com a sua roupa interior preta. Os cabelos caem-lhe pelas costas. O
The Black Cat está sentado a olhar para ela.
Sem comentários:
Enviar um comentário